Ordens de dentro dos presídios: 13 familiares são denunciados por ataques, assassinatos e queima de ônibus a mando de presos no ES
Essas pessoas repassavam ordens do interior de presídios capixabas para outros criminosos, que executavam "serviços" como ataques, assassinatos e queima de ô...
Essas pessoas repassavam ordens do interior de presídios capixabas para outros criminosos, que executavam "serviços" como ataques, assassinatos e queima de ônibus. Ministério Público denuncia 13 familiares por agir em nome de presos Treze pessoas de uma mesma família, incluindo membros do alto escalão da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV), foram denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo. Eles repassavam ordens do interior de presídios capixabas para outros criminosos, que executavam "serviços" como ataques, assassinatos e queima de ônibus. Segundo o MP, cada membro da família tinha uma função específica. Uns levavam informações, outros enviavam drogas e outros cuidavam até das movimentações financeiras dos grupos. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp As investigações duraram um ano e meio. Os presos estavam detidos principalmente na Penitenciária de Segurança Máxima II, em Viana, na Região Metropolitana de Vitória. A Operação Machine Head foi realizada em setembro deste ano. Ordens de dentro dos presídios: 13 familiares são denunciados por ataques, assassinatos e queima de ônibus a mando de presos no Espírito Santo Montagem/g1 Segundo o coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), delegado Alan Moreno de Andrade, além de familiares, outras pessoas, incluindo advogados, eram responsáveis por levar esses recados. "Durante as investigações, conseguimos comprovar a participação de dez familiares, e delimitar que eles pegavam as ordens que emanava da chefia do PCV dentro do presídio e trazia para fora para subordinados cumprirem as ordens. A gente conseguiu ver que o poder estava no Maxima 1, e que o tempo das ordens devem ser cumprido segundo o que eles querem, não conforme os subordinados fazem na rua", explicou o delegado. O coordenador do Ciat destacou ainda a importância da ação para quebrar esse ciclo de informações saindo e voltando para presídios. "O Robson, indivíduo de extrema periculosidade, inteligente, consegue fazer todo controle de gestão, de pessoal enquanto estava preso. Hoje ele está solto e a gente até pede ajuda da população. É a cabeça pensante. Rodolfo, é um indivíduo importante. Esses dois dão as ordens que devem ser cumpridos em todo Complexo da Penha (região que contempla o Bairro da Penha e adjacências, em Vitória)", disse. Entre os denunciados está Maycon Pereira Cardoso, Vulgo "Maycão". Segundo a Polícia Civil, ele é um importante membro do PCV, que possui destaque no tráfico de drogas da cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Foi condenado a mais de 111 anos de prisão e, por meio de recados, continua ordenando e controlando seus subordinados do tráfico de drogas. Em vermelho, estão as áreas dominadas pelo PCV; em azul, o TCP. Já em amarelo, as regiões do PCC em Vitória Divulgação/Polícia Civil O delegado Alan Moreno de Andrade destacou que a polícia não proíbe a conversa entre presos e seus familiares, não sendo uma prática ilegal. "Ilegais são as ordens para tráfico de drogas, os crimes são cometidos através desses recados", disse. Durante as investigações, a polícia conseguiu descobrir tanto a gestão do tráfico de drogas em diversos bairros do estado, como, até mesmo, o transporte de drogas e homicídio determinados de dentro da cadeia. Veja os denunciados e a participação de cada um: Robson Santos Da Silva, vulgo “Caveira”. Exerce posição de destaque na facção, integrando o alto escalão e liderando pontos de venda de drogas no Morro da Garrafa. Condenado a mais de 26 anos de reclusão, está foragido. Rodolfo da Silva Santos, vulgo “Hazard”. Integra o grupo criminoso, ocupando posição de destaque no tráfico de drogas no Morro da Garrafa. Condenado a 10 anos e 6 meses de reclusão. Aparece em fotos com Fernando Moraes Pimenta, o Marujo, e com armas. Está preso. Danilo Pires Nunes, irmão adotivo de Robson, participa ativamente do tráfico de drogas no Complexo da Penha. Recebe ordens de Robson e Rodolfo. Envolvido em atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Solicita informações sobre a "scama" (cocaína). Está preso. Alecsandro dos Santos Júnior, vulgo "Juninho". Ocupa posição de destaque no PCV, gerenciando o tráfico de drogas no Morro da Garrafa, aliado de Robson e Rodolfo. Condenado definitivamente a mais de 35 anos de reclusão. Envolvido em atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Maycon Pereira Cardoso, vulgo "Maycão". Importante membro do PCV, possui posição de destaque no tráfico de drogas da cidade de Cachoeiro de Itapemirim. Condenado definitivamente a mais de 111 anos de reclusão, encontrando-se custodiado no PSMA I. Por meio de "catuques", continua ordenando e controlando seus subordinados do tráfico de drogas. Jhonatan de Jesus da Silva, vulgo "Jhonny", preso no Centro de Detenção Provisória de Aracruz, e condenado a mais de 18 anos de reclusão, continuava, mesmo preso, atuando no tráfico de entorpecentes por meio de sua amásia, Janayna Guerra Gonçalves. Familiares denunciados e o papel de cada uma: Iranildes Santos Pires, mãe de Robson e Danilo, participa ativamente das comunicações com membros da Organização Criminosa, recebendo ordens e viabilizando o controle do tráfico por seus filhos. Presa. Aline Pires da Silva, irmã de Robson, auxilia o irmão nas movimentações financeiras e na comunicação entre criminosos, repassando mensagens e informações. Responde em liberdade. Dayane Andrade da Silva, companheira de Robson, participa da transmissão de "catuques", coletando mensagens durante suas visitas e repassando-as a Wanderson. Presa. Jeysiane Pereira Rocha dos Santos, irmã de Alexsandro, participa da transmissão de "catuques", possibilitando que o mesmo continuasse gerenciando o tráfico de drogas. Também recebia valores para transportar recados para outros presos. Responde em liberdade. Josiane Pereira Ramos, mãe de Alecsandro, também transmitia os recados do mesmo, além de receber valores para passar recados para outros presos. Está presa. Paula Cardoso Leal, irmã de Maycon, transmitia "catuques" com orientações para o indivíduos atuantes no tráfico de drogas de Cachoeiro de Itapemirim. Responde em liberdade. Janayna Guerra Gonçalves, companheira de Jhonatan, possuía importante participação no tráfico de drogas, inclusive fazendo o transporte de entorpecentes, além de transmitir catuques. Responde em liberdade. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo